terça-feira, 15 de novembro de 2016

Metallica: O auto-resgate em um disco feito sob medida para fãs

Com 35 anos de carreira, o Metallica chega em 2016 apenas ao seu décimo álbum de estúdio. Um número que parece pequeno, mas que toma outra dimensão ao mensurarmos a importância e o impacto da obra de James Hetfield, Lars Ulrich, Kirk Hammett e Robert Trujillo (sucessor de Cliff Burton e Jason Newsted) para a história do heavy metal.


"Hardwired … To Self-Destruct" foi produzido por Greg Fidelman junto com Hetfield e Ulrich. Detalhe curioso: Fidelman foi o engenheiro de som de "Death Magnetic" (2008), último álbum do quarteto, produzido por Rick Rubin e cuja mixagem foi bastante criticada desde então - no novo disco, essa reclamação não deve ocorrer. São doze faixas dispostas em dois CDs, totalizando pouco mais de 77 minutos em um álbum duplo que põe fim a oito anos sem material inédito - com exceção das sobras mostradas no EP "Beyond Magnetic" (2011) e de “Lords of Summer”, nova canção disponibilizada em 2014.

Metallica, que sempre foi uma banda inovadora, inquieta e nunca teve medo de experimentar novos caminhos e sonoridades, soa diferente em "Hardwired … To Self-Destruct". O grupo está mais fiel às suas próprias tradições e aos seus próprios clichês no novo disco, o que acaba resultando em uma audição sem sustos para o ouvinte. Parece que a sede por experimentalismo foi saciada na parceria com Lou Reed em "Lulu" (2011), com a banda não sentindo a obrigação de reinventar a roda mais uma vez. Quem acompanha a carreira do grupo perceberá com facilidade, ao longo das faixas, elementos vindos da própria mitologia que a banda construiu, saídos principalmente de discos como "Kill ‘Em All" (1983), "Black Album" (1991) e da dobradinha "Load" (1996) e "Reload" (1997).

Fonte: Whiplash.net

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