Eu era adolescente quando ouvi NEVERMORE pela primeira vez. Acredito que tinha meus 16 anos. Enquanto mexia em discos do meu irmão, fiquei espantado com a capa de "Dreaming Neon Black". O espanto com a capa só não foi maior que o impacto que senti ao ouvir o álbum.
Eu nunca havia ouvido nada parecido até então. Além do peso absurdo, e do instrumental complexo, um clima tenso dava o tom em todas as músicas. Porém, o que mais me chamou a atenção foi o trabalho vocal. Fiquei abismado com aquela voz, que passeava entre tons altos e baixoscom a maior facilidade do mundo.Isso sem contar o conceito pesadíssimo do álbum (coisa que fui descobrir anos depois, é bem verdade). Não precisava de mais nada. Ali eu notei que seria um fã de Nevermore.
Conforme previsto, comecei a procurar os outros trabalhos da banda. Ao ouvir "Politics of Ecstasy", "Nevermore" e "Dead Heart In a Dead World" me senti exatamente como um apaixonado: as músicas atingiam meu coração e a minha alma, porém, a estrutura das músicas causava uma grande confusão na minha cabeça. A mistura de thrash com pitadas de progressivo, comandada pela voz de Warrel, foi durante muito tempo, trilha sonora de inúmeros momentos da minha vida. Fosse na felicidade ou na tristeza, sempre eu dava um jeito de ouvir NEVERMORE.
Assim foi até o final da banda, fato que me entristeceu bastante. Depois disso, restava ouvir os discos do NEVERMORE e do SANCTUARY, e a cada audição, relembrar do grande trabalho realizado por Warrel Dane.
Confesso que esperava muito ansiosamente por uma volta do NEVERMORE. Não rolou. Mas rolou a do SANCTUARY, o que também me deixou feliz. Acredito que fatalmente o NEVERMORE fosse voltar. Porém, o sonho acabou. Exatamente 16 anos depois que Chuck Schuldiner (outro gênio da música pesada) partiu, Warrel Dane resolveu ir para o outro lado desse disco chamado vida. o dia 13 de dezembro se tornou um dos dias mais tristes do metal.
Fonte: Whiplash.net
Nenhum comentário:
Postar um comentário