O Atrocity começou com o álbum Hallucinations em 1990. Já ali, foi saudada como uma inovadora banda por criar um estilo técnico, torcido, dark, porém, alicerçado no death metal. Na sequência, com Todessehnsucht (re-intitulado, contra a vontade da banda para Longing For Death) solidificou ainda mais sua popularidade. Mas foi em 1994, com B.L.U.T. que começou a sua tendência para o não-convencional. Vagamente baseado em um tema gótico e parecendo pouco com seu trabalho anterior, o álbum pareceu confundir, e em alguns casos alienar, fãs e críticos. Embora, na verdade o álbum valha a pena. Nos anos seguintes a banda experimentou de tudo: desde um álbum com a uma vocalista convidada (Yasmin Krull, irmã do vocalista Alexander Krull) Calling The Rain, outro esquisito álbum em colaboração com a dupla alemã de new wave Das Ich no álbum Die Liebe, e outro mais estranho ainda: um álbum composto inteiramente de covers de músicas pop dos anos 80, Werk 80, que simplesmente tem que ser ouvido para ser crível. Claramente, uma banda que tem medo de arriscar!
Em 2000, a banda lançou o Gemini, sobre o qual, pode parecer simplista dizer que qualquer banda que canta em alemão com uma batida techno soa como Rammstein, mas na verdade há uma semelhança com esse grupo em mais de uma ocasião (também aqui está um cover interessante de Simon and Garfunkel e sua clássica The Sound Of Silence, um dueto com Liv Kristine (na época, com o Theatre Of Tragedy), que também participou do Werk 80).
Nesse contexto, exceto para aqueles que desejam nada mais que um retorno por parte da banda, ao som praticado nos seus primeiros dias, essa nova direção não é uma coisa ruim, já que o Gemini é um ótimo álbum. Dando seguimento à discografia, em 2004 a banda lança Atlantis que, para simplificar, diria que é um típico disco no estilo Atrocity, ou seja, pesado e insano. Em 2008, numa demonstração de satisfação pelo resultado obtido com o álbum de coves ou por pura preguiça de criar algo novo, a banda lança Werk 80 II. Mesmo sem oferecer nada de novo de Atlatis, a banda lança um disco com composições quase na mesma linha de Calling The Rain, onde a principal diferença reside no fato de que no anterior, clamava pela chuva e que no segundo, After The Storm (2010), conta os efeitos da tempestade. Em Okkult (2013), a banda volta a fazer death metal extremo sem descuidar - claro - das esquisitices sombrias que são a real constante de toda a sua trajetória. Masters Of Darkness (EP, 2017) funciona como um marco através do qual a banda emite aos fãs um aviso de que está viva e musicalmente deve agradar aos apreciadores do estilo exclusivo dos maníacos de Ludwigsburg. Finalmente chegamos a Okkult II (2018), mas até aqui a história está sendo contada e, considerando a trajetória da banda, e concedendo-lhes crédito pelas inúmeras inovações no cenário da música extrema, reservaremos um espaço para tratar exclusivamente deste último disco.
Fonte: Whiplash.Net
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