segunda-feira, 17 de junho de 2019

Crônicas do Post Mortem: Um Guia Para Demônios e Espíritos Obsessores (2019)

Por volta do segundo semestre do ano passado, todos fomos surpreendidos com o anúncio repentino do fim do Matanza, banda carioca que carregava mais de 20 anos de estrada nas costas na cena nacional, na ocasião, eles seguiram com os shows até outubro do mesmo ano, tendo encerrado as atividades em definitivo após isso.
Até que, três meses depois, mais repentinamente ainda, todos os integrantes da banda, com exceção de Jimmy Lodon (que desde o ‘fim’ do Matanza passou a fazer parte do projeto Jimmy & Rats), anunciou seu retorno as atividades com um novo vocalista (Vital Cavalcante) e adicionando o “Inc” no nome, além da produção de um novo disco.
Segundo a própria banda, nessa nova fase haveriam inovações, mas também eles não abandonariam de vez tudo aquilo que construíram no passado.
Até que, finalmente o “Crônicas do Post Mortem: Um Guia Para Demônios e Espíritos Obsessores” é lançado, com a promessa de ser um trabalho com a sonoridade mais puxada para o Horror Punk.
Ao ouvir o disco, é perceptível que a temática das letras ficou realmente voltado para assuntos mais macabros, mas mantendo a acidez pela qual a banda ficou conhecida, principalmente em relação ao pessimismo.
Eles meio que prometeram uma sonoridade mais diferenciada nessa nova fase da banda, inclusive anunciando o estilo do novo disco como “Horror Punk”, mas podemos dizer que isso não foi exatamente cumprido.
Todas as faixas do disco soam exatamente como o Matanza que se consagrou com Jimmy London nos vocais, sem elementos country, realmente, mas ainda com a mesma pegada do Hardcore sujo, e a mesma estrutura técnica e sonora para as faixas. Sinceramente, se colocassem o Jimmy London de volta aos microfones soaria exatamente igual a qualquer outro trabalho deles.
O próprio estilo de canto de Vital Cavalcante é parecido com o do Jimmy London, visceral e sujo.
Mas um grande ponto positivo do trabalho foi a faixa de encerramento “Memento Moris Blues”, que como o nome já diz, foi um rápido Blues com um toque de velho oeste, dando um bom clima de “fim” para o álbum.
O disco não é ruim, principalmente para aqueles que adoram o Matanza antigo, mas ao contrário do que estava sendo prometido, ele não traz muitas novidades. A única razão que as viúvas do Jimmy terão para reclamar será apenas a ausência do mesmo, porque o resto está do mesmo jeito.


Fonte: Roadie-metal.com

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