Olá caros headbangers, bem-vindos mais uma vez ao quadro “A História Por Trás da Canção”, onde você descobre todos os detalhes por trás das temáticas das músicas de Rock e Metal que tanto amamos.
E hoje, como prometi no texto nº 8 desse quadro, voltaremos a falar de uma canção da banda sueca Sabaton, até porque sinceramente, daria para fazer um quadro inteiro do tipo só destrinchando as temáticas das letras do Sabaton.
E por conta disso, fiquei com bastantes dúvidas sobre qual música da banda eu iria destrinchar hoje, pois são várias com temáticas bem interessantes, e também com histórias que são pouco conhecidas no Brasil.
Depois de muito pensar, a canção escolhida para o texto de hoje foi a “The Last Stand”, presente no álbum de mesmo nome lançado em 2016.
Toda premissa do álbum “The Last Stand” já é interessante por si só, pois todas as músicas do mesmo falam de batalhas onde um dos lados manteve uma postura defensiva, sem se render, mesmo em uma situação de grande desvantagem numérica.
E sendo bem sincero, analisando as letras de todo o disco, a faixa-título é aquela que tem uma história mais impressionante olhada no ponto de vista do conceito do álbum, ainda mais por tratar de um momento que certamente poucos conhecem (ainda mais aqui no Brasil).
A música “The Last Stand” fala da última resistência da Guarda Suíça durante o Saque a Roma de 1527, protagonizado pelo Sacro Império Romano-Germânico.
Mas antes de entrar nessa história especificamente, imagino que muitos de vocês não fazem a menor ideia de qual é a ligação da Guarda Suíça com Roma, certo? Falo isso porque eu mesmo não sabia antes de estudar a letra dessa música.
Bom, a Guarda Suíça é nada mais, nada menos, do que o exército do Vaticano (que é localizado em Roma), cuja sua principal função é proteger o Papa, se necessário, dando a própria vida pelo pontífice.
Ai você pergunta: “mas se estamos falando da guarda do Papa, então o que raios a Suíça têm a ver com isso?”.
Bom, isso se deve ao fato do mesmo ter surgido lá no Século XV como um grupo de soldados mercenários suíços, que lutavam ao lado das grandes potências europeias em troca de dinheiro, tendo passado a servir o Vaticano a partir de 1506, permanecendo por lá até hoje.
Inclusive, para a pessoa virar soldado da Guarda Suíça ela precisa ter sido treinada pelo exército suíço, além de se encaixar em diversos critérios bem específicos (entre eles, ser celibatário). Até hoje, a Guarda Suíça é um dos menores exércitos do mundo, tendo menos de 200 homens, mas justamente por conta disso apenas os melhores são selecionados para a mesma.
Enfim, após esse breve resumo sobre o que é a Guarda Suíça, voltemos para o ano de 1527.
Na ocasião, a França e o Sacro Império Romano-Germânico estavam em guerra, o primeiro representado pelo Rei Francisco I de França, e o segundo pelo Imperador Carlos V. E como se não bastasse toda essa tensão, o Papa Clemente VII tinha declarado apoio a Liga de Cognac, que era a aliança entre França, Milão, Veneza e Florença.
Ao dar apoio a França, a intensão do Papa era alternar o equilíbrio de poder na região, e diminuir a dependência do papado em relação ao Sacro Império Romano-Germânico, e certamente Carlos V não gostou nada dessa história.
Após o Sacro Império derrotar os franceses na Itália, o exército com mais de 20 mil soldados liderados por Carlos III de Bourbon decidiram marchar em direção a Roma, com a intenção de acertar as contas com Clemente VII.
Certamente, ao chegar nos portões de Roma, o exército do Sacro Império enfrentou resistência, tendo Bourbon sido morto em meio ao conflito, causando assim a revolta dos seus comandados, que passaram a atacar os portões da cidade com ainda mais sangue nos olhos, tendo assim conseguido invadi-la, iniciando um verdadeiro caos.
A partir daquele momento Roma era a visão do inferno, os soldados do Sacro Império não pouparam ninguém, fosse mulher, criança, idosos, sacerdotes, ou enfim. E claro, eles iriam com tudo para a Basílica de São Pedro para pegar o Papa.
E aí que finalmente chegamos nos 189 soldados da Guarda Suíça, que naquele momento tinham a missão de levar o Papa Clemente VII em segurança para o Castelo Sant’ Angelo, que na época era um tipo de fortaleza para os papas.
Com, dos 189 soldados, 42 escoltaram o Papa até o Castelo através de uma passagem secreta, enquanto os outros 147 ficaram no pátio da Basílica de São Pedro para segurar os mais de 1000 imperiais que viriam com sangue nos olhos atrás de Clemente VII.
Certamente, esses 147 morreram nesse ato de bravura, pois uma batalha impossível de se ganhar dada a grande desvantagem numérica. Mas, o objetivo foi concluído, os outros 42 soldados conseguiram levar o Papa para o Castelo Sant’ Angelo em segurança.
Até hoje os 147 soldados que deram a vida para salvar o Papa Clemente VII são homenageados anualmente no Vaticano no dia 06 de maio, data do aniversario do Saque a Roma de 1527.
Apesar do ato heroico e de bravura da Guarda Suíça, infelizmente eu diria que esse e um dos episódios onde o ser humano mostrou o seu pior lado, porque como eu disse anteriormente, os soldados imperiais não pouparam ninguém. Vários inocentes foram mortos, e Roma virou uma grande pilha de corpos nas ruas. Estima-se que 80% da população romana tenha sido morta nesse fático dia 06 de maio de 1527.
Mas claro, a letra da música do Sabaton se foca no ato heroico da Guarda Suíça, tendo inclusive uma visão bem cristã, o que fez inclusive alguns interpretarem a faixa de forma errada, achando que a letra se tratava das Cruzadas.
Confiram logo abaixo o lyric vídeo da música em questão, e o vídeo onde o próprio Sabaton conta com detalhes sobre a história do Saque a Roma (para aqueles que tiverem um inglês mais avançado).
Fonte: Roadie_metal.com
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