“One and Only”, viségimo full lenght da discografia do Anvil, tradicional banda canadense de Speed/Heavy Metal, está chegando na data de hoje, 28/6/2024, pelo selo AFM Records. O sucessor de “Impact Is Imminent” chega, portanto, pouco mais de dois anos após o seu lançamento.
Antes de qualquer análise sobre o disco, é necessário que voltemos no tempo, a fim de explicarmos melhor nossa argumentação. Desde quando saiu o seu convicente décimo quinto álbum completo, “Hope In Hell”, Anvil lançou a seguinte sequência: “Anvil is Anvil” (2016), “Pounding the Pavement” (2018), “Legal at Last” (2020) e “Impact Is Imminent” (2022). Mesmo que sejam discos com bom conteúdo musical, preservando o estilo sonoro do Anvil, eles não chegam a fomentar empolgação. No entanto, em 5/4/24, quando saiu o primeiro single, “Feed Your Fantasy”, do atual registro, já foi possível notarmos uma diferença na atmosfera dessa composição.
Quando Lips disse em uma entrevista que “One and Only” tinha uma qualidade que se aproximava de seus mais importantes clássicos, houve quem acreditou que se tratava de uma declaração exagerada, mas, simplesmente, não deveríamos chegar a qualquer conclusão antes da audição da obra completa. Logo depois, tivemos a oportunidade de ouvir, antecipadamente, todas as doze composições de “One and Only”. Dessa maneira, após repetidas audições, podemos relatar a vocês as nossas impressões.
PRIMEIRA PARTE
Tão logo começam a soar os primeiros acordes da faixa título, já é possível presentir que tal música não desgrudará tão facilmente de nossas mentes. “One and Only” tem aquele tipo de refrão poderoso e perfeito, o suprassumo do Hard’n’Rock 80’s. Em seguida temos a Heavy&Hard “Feed Your Fantasy”, primeiro single do disco. Assim como sua antecessora, ela é candidata a torna-se obrigatória nos set lists do shows.
Quando “Fight for Your Rights” introduz, pensamos por alguns segundos que Motörhead voltou a ativa, contudo é somente o característico Speed/Heavy Metal do Anvil que assumiu o comando do jogo. Uma faixa ideal para abrir os shows da turnê, incendiando tudo que está em sua volta. Logo depois, “Heartbroken” servem para aqueles fãs de Anvil que apreciam canções como “Forged in Fire”, “Hope in Hell”, “This Is Thirteen” e etc….
Em suma, temos quatro canções seguidas que podem muito bem fazer parte dos shows e manter a animação dos presentes, sendo isso sempre razão para celebração.
SEGUNDA PARTE
A canção “Gold and Diamonds”, por sua vez, soa Heavy tradicional, ao mesmo tempo com uma pitada irresistível de Power Metal. A veia Speed “a la Motörhead’ retorna mais uma vez em “Dead Man Shoes”, contando com um belo solo de guitarra de Lips, além da bateria avassaladora de Robbo Reiner. Aliás, sem nenhuma surpresa em relação ao poderio musical de Reiner.
“Truth Is Dying” certamente é uma homenagem a “Man on the Silver Mountain” do Rainbow. Entretanto, a semelhança se limita ao riff inicial, já que todo o restante da canção soa bem diferente. A última faixa com que esse tipo de referência havia sido “Through with You”, terceiro faixa do “Hope in Hell”, álbum que mencionamos a princípio, cujo riff se assemelha com o de “Smoke on the Water” do Deep Purple.
“Rocking the World” mescla Blues e Hard Rock, algo que costumeiramente chamamos de Hard’n’Blues. Essa fusão deu super certo, já que a batida é pesada, intensa e o refrão é grudento.
PARTE FINAL
De Hard’n’Blues para Hard Rock 70’s, “Run Away” destaca a musicalidade do power trio como um todo. Talvez, essa pegada nos remeta ao início do Whitesnake na década de 70, mas também poderíamos citar muitas outras bandas excelentes.
Na sequência, temos o mais recente single do disco, “World of Fools”, o qual carrega consigo uma aura épica fantástica, sendo, dessa forma, indubitavelmente, a nossa favorita do “One and Only”.
Forjada no mais puro Heavy Metal, há também a canção “Condemned Liberty”, a qual igualmente está entre as melhores do registro. Nela, destacamos os solos de guitarra e as linhas de baixo de Robertson, assim como a excelente interpretação vocal. “Blind Rage” é a composição a qual coube a tarefa de encerrar esse ótimo registro do Anvil. Nas primeiras audições, ela não chamava tanto a nossa atenção, mas essa impressão foi mudando a cada nova audição. Como resultado, nesse momento, ela já está entre as novas favoritas.
Ainda que não acreditemos que esse disco se equipare aos clássicos do Anvil, captamos muito bem o que Lips quis dizer e estamos de pleno acordo com ele. Parabéns pelo seu lançamento, Anvil.
Nota: 9,0
Fonte: Mundometalbr.com