“Epic” é o segundo full lenght da carreira do supergrupo internacional de Blackened Death Metal, Vltimas. No dia 15/3/2024, enfim, o sucessor do debut “Something Wicked Marches In” veio a luz, pelo selo Season Of Mist, após uma espera que durou quase cinco anos completos.
“EPIC”
O curto tema instrumental “Volens Discordant” serve tão somente de ponte para a faixa título que vem em seguida. Logo em sua introdução, assim que seus primeiros acordes soam, “Epic” nos faz comtemplar músicos que fazem parte da elite do Metal extremo. Em primeiro lugar, precisamos falar de Flo Mounier, a máquina de repiques, pedais duplos e contratempos que, desde 2023, está sendo responsável por trazer, até nós, alguns dos melhores registro de Metal extremo (Cryptopsy, Tribe of Pazuzu), acompanhado pela precisão do baixo de Ype TVS.
Já em relaçao as guitarras, temos os riffs, ao mesmo tempo, sombrios, melódicos e criativos, de Rune “Blasphemer” Eriksen, compartilhando conosco a aura pesada da banda da cidade de Oslo, a qual ele também pertence. Alem de que, nesse novo trabalho, Rune não está sozinho, pois conta com os solos que equilibram técnica e feeling do lusitano João Duarte.
E, finalmente, temos o impecável trabalho vocal de David Vicent, o qual conhecemos muito bem desde que os clássicos discos do Morbid Angel vieram a tona, décadas atrás.
O SINGLE “MISERERE”
Logo depois, temos a canção “Miserere”, a qual foi single em formato de videoclipe, sendo ainda mais impressionante que sua antecessora, a faíxa que intitula o álbum. Enquanto Mounier pisa fundo no acelerador rítmico, Vincent interpreta um dos refrãos de Metal extremo mais grudentos que já ouvi até o momento. Essa composição conta também com uma explícita veia Thrash Metal, mas nada que amenize a brutalidade presente no Blackened Death Metal do Vltimas
“NÃO HÁ NECESSIDADE DE REFLETIR SOBRE O QUE MEU SER DESEJA / DESEJO PERSISTENTE DE CARNE, MEU ÚNICO VÍCIO / NADA SUPRIME ESTA FOME, A HUMANIDADE EM CONFLITO / NÃO HÁ PORTO SEGURO PORQUE ESTOU SEMPRE À ESPREITA / MISERERE / ELES SOFREM EM SILÊNCIO / SEM PALAVRAS, POIS SUAS LÍNGUAS SÃO AS PRIMEIRAS A IR / CRUCIFICAÇÕES REDENTORAS/ PREGOS MAIS PROFUNDOS PORQUE VOCÊ ESTÁ SANGRANDO MUITO DEVAGAR”
VELOCIDADE COMANDA AS AÇÕES EM “EPIC”
Em sua introdução, “Exercitus Irae” é ainda mais veloz que “Miserere”, porém ela ganha certa cadência e um clima pouco mais épico alguns segundos depois. A essa altura da audição já é possível concluir que o segundo disco do Vltimas é, inegavelmente, bem mais rápido e pesado que o debut.
E por falar em canções épicas, “Mephisto Manifesto” possui uma atmosfera que fomenta o espírito guerreiro, contando com um trabalho de bateria acima da média, superando, dessa forma, tudo o que Flo Mournier realizara até aqui. Pois é, quando pensamos que esses músicos já deram tudo o que são capazes de oferecer, eles nos surpreendem com mais e mais qualidade. A força que David Vicent impõe nesse refrão já faria valer a audição por si só, mas ela é só mais uma pequena jóia a fazer parte de uma imenso baú repleto delas.
A primeira vez que ouvi “Scorcher”, pensei comigo mesmo, dificilmente essa não será eleita a minha favorita do disco, já que tudo nela parece ter sido planejado para me agradar. Riffs, solos, estrofe, bateria, assim como o refrão, tudo, absolutamente, tudo, em “Scorcher”, faz a minha cabeça do primeiro ao derradeiro acorde.
TRINCA FINAL ÉPICA
“Invictus” abre a trinca final de maneira avassaladora. A energia de sua variedade dinâmica a coloca em um patamar superior quando pensamos nos lançamentos de Metal extremo que saíram nos últimos tempos, ainda que houve muitos registros fantásticos entre eles. O fato da bateria parecer querer acompanhar cada palavra cantada no refrão é algo sublime.
Na sequência, infelizmente, a ótima canção “Nature’s Fangs” começa a dar ares apoteóticos a fim de encerrar o disco, mesmo não sendo ela a responsável pela clausura de “Epic”. Pois, para finalizar um masterpiece como esse, um absoluto candidato a MAGNUM OPUS, é necessário haver uma canção com uma força brutal incomum, “fora da caixinha”, como diz a expressão popular. Assim sendo, “Spoils of War” possue todos os pré-requisitos para tal, finalizando um disco que possue um único defeito que apenas um grupo seleto de lançamentos possue, ele chega ao fim.
Congratulations, Vltimas, YOU RULE!
Nota 9,5
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