O Paradise Lost, banda britânica pioneira no Gothic Metal, está com seu novo álbum em fase final de produção. O sucessor de “Obsidian”(2020), deve chegar às lojas e plataformas de streaming ainda este ano.
Por enquanto, os integrantes do grupo tem mantido o suspense sobre a sonoridade do novo material. Apesar de aceitarem falar sobre o status da produção, quando questionados sobre a musicalidade, quase sempre, a resposta é evasiva.
Em uma nova entrevista concedida a Alejandrosis, o guitarrista Aaron Aedy fez justamente isso. Questionado sobre o status do novo registro ele respondeu:
“Ainda não está totalmente mixado, mas está gravado.”
Quando a pergunta foi se ele poderia dar alguns detalhes aos fãs sobre o direcionamento, Aaron disse se negou:
“Não. É como abrir seus presentes antes do Natal. Não, não quero falar muito sobre o novo álbum ainda, porque vou esperar para ver como ficará quando estiver mixado. Está quase pronto, mas ainda não é o momento”
No mês passado, em uma entrevista ao site chileno PowerOfMetal.cl, o guitarrista Greg Mackintosh disse que o lançamento será provavelmente em setembro ou outubro. Veja:
“Foi o maior intervalo que já tivemos entre álbuns. Mas isso também aconteceu meio que por causa da pandemia… Então, merdas acontecem. E, sim, espero que seja lançado em setembro ou outubro deste ano.”
Após um longo hiato que já durava 8 anos, finalmente, o The Haunted irá lançar seu mais novo álbum de estúdio. Intitulado “Songs Of Last Resort”, o disco chegará às lojas e plataformas de streaming no próximo dia 30 de maio através do selo Century Media Records.
O primeiro single compartilhado com o público foi “Warhead”, uma faixa impactante, mas que serviu apenas como um pequeno aperitivo do que está por vir. Contudo, chegou a vez de conhecermos mais uma composição presente no novo material. Trata-se de “In Fire Reborn”, que chega acompanhada de um videoclipe dirigido por Patric Ullaeus e, inegavelmente, lembra alguns dos bons momentos do grupo no passado.
“Este é o segundo single do álbum ‘Songs Of Last Resort’. A música se chama ‘In Fire Reborn’ e tem um som mais clássico do The Haunted, com a agressividade no máximo… caso você tenha perdido o aviso sobre o nosso single anterior!”
O guitarrista Patrik Jensen acrescentou o seguinte:
“Uma música clássica do The Haunted, com batidas 6/8. Eu compus o começo, os versos e o final da música, mas foi só quando Jonas escreveu o refrão que ‘In Fire Reborn’ realmente floresceu. Acredito que esta também poderia facilmente se tornar uma das favoritas dos fãs, assim como se tornou uma das músicas favoritas da banda no álbum. A letra, assim como no primeiro single ‘Warhead’, também aborda o tema da guerra, mas desta vez da perspectiva de um soldado.”
O álbum foi gravado por Oscar Nilsson no Studio Bohus e os vocais foram gravados por Björn Strid no The Cellar Studio. A produção, mixagem e masterização é do renomado Jens Bogren (Sepultura, Arch Enemy e Kreator). Na capa do disco, por certo, temos mais uma vez a arte de Andreas “Diaz” Pettersson.
Abaixo está a capa, o tracklist e o videoclipe do primeiro single “Warhead”.
As três maiores bandas de thrash metal eu diria serem (não necessariamente nessa ordem) Metallica, Megadeth e Slayer.
Quando o assunto é baixo, o Metallica perdeu seu baixista mais querido, Cliff Burton, já seu seus primeiros anos de estrada. Já Megadeth e Slayer tiveram um mesmo baixista por muito mais tempo — o primeiro teve David Ellefson de 1983 a 2002, e de 2010 a 2021; o segundo teve Tom Araya desde sempre.
A diferença é que o Megadeth seguiu em frente após Ellefson ser demitido em 2021. Já o Slayer encerrou suas atividades em 2019 quando Araya não estava mais afim de viver em turnê. A banda até voltou a tocar, mas apenas para apresentações avulsas aqui e ali, nada mais.
Conforme publicado pela Far Out Magazine, em recente entrevista para Luiz Cesar Pimentel o guitarrista Kerry King (membro do Slayer desde sempre, assim como Araya) falou sobre o motivo que levou seu ex-parceiro a pendurar as chuteiras:
"Acredito que tenha sido o desgaste da estrada, que ele queria ficar em casa. Nenhum de nós [do Slayer] buscava muito os holofotes, mas ele menos ainda. E quando Jeff estava na banda ele era como um eremita. Ele não queria fama. Já eu tolero a fama. Alguém na banda tem que ser esse cara."
"Acho que a morte de Jeff pesou mais sobre Tom do que sobre mim… Acho que foi isso que o levou a querer se aposentar mais cedo do que eu, porque acho que ele sentiu que a banda tinha mudado."
"Eu e Tom nunca falamos a mesma língua. Por exemplo, se eu quero um milkshake de chocolate, ele quer um de baunilha. 'Kerry, qual é a cor do céu?' Azul. 'Tom, qual é a cor do céu?' Branco. Somos simplesmente pessoas diferentes. Quanto mais se passavam os anos, mais isso se tornava aparente."
"Tom e eu não nos falamos pelo telefone. Raramente mandamos mensagens de texto um para o outro. E isso se deve ao fato de que, depois de estarmos juntos por 40 anos, ele se tornou uma pessoa muito diferente. Ele não é mais o cara com quem comecei a banda […] ele é uma pessoa diferente. Basicamente, continuei muito parecido com quem eu era aos 20 e poucos anos. Mas eu gosto do Tom. Estamos de boa."
Como forma de divulgar sua mais nova turnê, Marilyn Manson lançou de surpresa um maxi single contendo "In The Air Tonight", clássico oitentista do Phil Collins.
A faixa em questão também foi um single lançado pelo cantor, compositor, baterista e produtor Phil Collins para divulgar seu primeiro disco solo, "Face Value" (1981). O single à época foi um enorme sucesso e, impulsionado por um vídeo clip veiculado a exaustão na MTv e canais de música da época, atingiu 500.000 cópias vendidas, sendo certificado como Ouro pela Recording Industry Association Of America (RIAA). "In The Air Tonight" ficou marcada por uma das viradas de bateria mais conhecidas da história da música.
O single de Marilyn Manson teve tiragem de 4.000 cópias em CD e trouxe também a faixa "As Sick As The Secrets Of (Sleep)". Em tempo: todas essas cópias foram esgotadas em apenas 4 horas de venda on line.
Marilyn Manson começa em agosto a "One Assassination Under God Tour" já tendo algumas datas esgotadas. A tour segue o nome do 12º disco de sua conturbada carreira, lançado no Brasil pela Shinigami Records.
Os veteranos do Sacred Steel apresentaram no último dia 25 de abril, seu mais novo trabalho de estúdio intitulado “Ritual Supremacy”. O disco chegou nas melhores lojas do ramo, assim como nas principais plataformas de streaming através do selo Roar/Rock Of Angels. Contudo, podemos dizer que o trabalho ainda teve uma festa de lançamento em grande estilo no palco do festival Keep It True, veja:
Orgulhosos de jamais terem se distanciado de sua sonoridade original, os alemães certamente chegam ao seu décimo álbum de estúdio celebrando uma carreira de quase trinta anos de devoção ao Heavy Metal.
“Ritual Supremacy” é um álbum purista, tradicional e repleto de composições que irão desagradar por completo os fãs de sonoridades modernosas. Dessa forma, fica estabelecido que aqui não há espaço para grooves, breakdowns e metalcores de nenhuma espécie. Através de sua nova empreitada, o Sacred Steel nos oferece um tracklist sólido com 10 novas composições forjadas no mais puro aço oitentista.
“Esta é nossa homenagem a músicas como ‘In Union We Stand’ (Overkill) ou ao hino homônimo do Metal Church, do seu álbum de estreia, com uma guitarra rápida sobre uma batida teimosa, mas tranquila. A letra fala sobre uma gangue de motoqueiros do Metal no estilo de Mad Max (o filme) ou do cenário pós-Terceira (e Quarta) Guerra Mundial de Carnivore. Se não fôssemos uma banda de metal, mas uma gangue de motoqueiros, este seria o nosso hino de clube.
Como tantas vezes e como de costume, alguns críticos já nos deram um tapa na cara por causa do título da música – ‘muito clichê, criado com o gerador de texto do Manowar’ e assim por diante. Qualquer um que leu e entendeu a letra sabe que isso é um absurdo. E qualquer um que nos conhece sabe muito bem que não damos a mínima, de qualquer forma. Só fazemos isso por nós mesmos e pelas pessoas que gostam dessas coisas. E é por isso que colocamos muitas imagens de fãs do mundo todo no vídeo. Esta é basicamente a nossa colagem de fotos em formato de vídeo e nosso agradecimento a todos os apoiadores para celebrar o lançamento do álbum. Divirtam-se!”
O Sacred Steel está na ativa desde 1996 e hoje conta com o seguinte lineup: Gerrit P. Mutz (vocal), Jonas Khalil e Jörn Langenfeld (guitarras), Toni Ieva (baixo), assim como Mathias Straub (bateria).
Em uma nova entrevista com Igor Miranda da Rolling Stone Brasil, o guitarrista do SLAYER, Kerry King, falou sobre seus planos para um álbum sucessor de seu debut solo, “From Hell I Rise”, que foi lançado em maio passado pela Reigning Phoenix Music. Ele disse: “Eu compus duas músicas desde que voltei para casa dessa turnê nos EUA [no final de fevereiro]. Então, continuamos trabalhando em coisas novas. Ainda não tocamos juntos, mas já temos material para trabalhar quando nos reunirmos. O plano é que, sempre que o ciclo [de ‘From Hell I Rise’] terminar — e, no momento, isso parece ser em outubro —, Paul [Bostaph, baterista do KERRY KING e do SLAYER] e eu sempre conversamos sobre sair direto dos shows ao vivo, tirar talvez uma semana de descanso e entrar no estúdio, mantendo o ritmo de turnê, para estar no auge da forma — sem precisar ensaiar para ficar bom; você já está bom — e gravar o álbum. Então, idealmente, no meu mundo perfeito, ele seria concluído ainda este ano e eu apenas entregaria para a gravadora e diria: ‘Coloque na fila, lance quando quiserem.'”
Quando perguntado se gostaria de “talvez explorar algumas influências diferentes, como ir um pouco mais para o punk rock” no próximo álbum, Kerry respondeu: “Não sei. Acho que o punk já foi bem abordado em [‘From Hell I Rise’], de ‘Everything I Hate About You’ a ‘Two Fists’, dois estilos de punk bem diferentes. Então, não me surpreenderia se isso aparecesse de novo, porque faz parte da minha história. E eu acho que, no geral, minha ideia seria apenas fazer uma extensão do que ‘From Hell I Rise’ é, apenas continuar [do mesmo jeito], ver como as próximas 10 ou 12 [músicas] soam.”
Juntando-se a Kerry em sua nova banda estão o vocalista Mark Osegueda (DEATH ANGEL), o guitarrista Phil Demmel (MACHINE HEAD, VIO-LENCE), Kyle Sanders (baixo; HELLYEAH) e Bostaph.
Todo o material de “From Hell I Rise” foi escrito pelo guitarrista do SLAYER de 60 anos. O LP foi gravado em 2023 no Henson Recording Studios, em Los Angeles.
O lendário guitarrista doSlayer,Kerry King, fez uma participação especial noWrestlemania 41, no último domingo, 20 de abril, em Las Vegas. King surgiu na rampa de entrada doAllegiant Stadium, emParadise, Nevada, para acompanhar o astro daWWEe metaleiro assumidoDamian Priestaté o ringue — e o resultado foi uma das entradas mais pesadas da história do evento.
O músico, que toca guitarra solo no tema de Priest, fez uma aparição surpresa tocando ao vivo a faixa Rise For The Night, enquanto Priest surgia atrás dele. Os dois foram acompanhados por colunas de fogo e névoa espessa enquanto o ex-campeão mundial seguia até o ringue para enfrentar o astro escocês Drew McIntyre. Assista:
Essa não foi a primeira vez que Kerry King participou da trilha sonora de uma entrada marcante no Wrestlemania — o membro do Hall da Fama da WWE, Adam “Edge” Copeland, usou a música South Of Heaven, do Slayer, como trilha de sua entrada no Wrestlemania 39, dois anos atrás.
Apesar da entrada imponente, Priest acabou derrotado por McIntyre, mas certamente conquistou seu lugar entre as apresentações mais memoráveis da luta livre profissional.
Em entrevista à revista Metal Hammer no ano passado, Damian Priest falou sobre como o heavy metal moldou sua personalidade desde jovem e continua sendo uma enorme influência:
“A música, de forma geral, molda o seu caráter”, ele disse. “A forma como você se veste, como fala, seu jeito de ser. Para mim, o heavy metal representa tudo o que eu gosto, porque sempre me interessei pelo estranho, pelo incomum, pelas coisas que não são normais. Eu adoro essa energia. Sempre gostei da ideia de ser diferente, e [o metal] simplesmente me fez sentir vivo.”
Kerry King deve se reunir com os colegas do Slayer para uma série de shows de reunião ainda este ano. Entre os compromissos, estão duas apresentações de grande porte no Reino Unido, ao lado de Amon Amarth, Mastodon, Anthrax, Hatebreed e Neckbreakker, além do histórico show de despedida do Black Sabbath, marcado para julho.
Kerry King e mais no Bangers Open Air
KerryKing retornará ao Brasil em maio pela turnê de From Hell I Rise, álbum de estreia de sua banda solo. O guitarrista se apresenta no Bangers Open Air, festival que acontece no Memorial da América Latina, em São Paulo, nos dias 3 e 4 de maio, com “warm-up” (“esquenta”) em 2 de maio. Saiba os horários oficiais dos três dias de Bangers Open Air clicandoaqui.
Abaixo, as datas do festival com as bandas que tocarão em cada dia:
O Diamond Head confirmou o lançamento de um álbum ao vivo para 11 de julho, via Silver Lining Music. "Live and Electric" foi registrado durante a turnê britânica realizada pela banda em 2022. Em material promocional, o guitarrista Brian Tatler destaca:
"É o primeiro álbum ao vivo do Diamond Head em vinte anos e a primeira vez na carreira que conseguimos gravar todos os quatorze shows e depois analisá-los para encontrar as melhores performances. Antigamente, gravávamos apenas um show específico, então a pressão para acertar na noite aumentava e deixava todo mundo muito nervoso. Em algum momento no meio desta turnê, as coisas começaram a se encaixar e, felizmente, esses shows foram registrados para a posteridade."
Uma prévia com a música "Helpless" pode ser conferida abaixo.
A formação atual da banda ainda conta com o vocalista Rasmus Bom Andersen, o guitarrista Andrew "Abbz" Abberley, o baixista Paul Gaskin e o baterista Karl Wilcox. Desde 2023, Tatler divide seu tempo entre o grupo que fundou e o Saxon, onde substituiu Paul Quinn.
O Diamond Head foi formado em 1976 e se destacou na New Wave of British Heavy Metal com seu disco de estreia, "Lightning to the Nations" (1980). A fama mundial veio graças à influência sobre o Metallica, que regravou várias de suas músicas em tributo.
01. The Prince (Live At The Bexhill De La War Pavilion)
02. Bones (Live At St David's Hall, Cardiff)
03. The Messenger (Live At The Cambridge Corn Exchange)
04. In The Heat Of The Night (Live At The York Barbican)
05. Set My Soul On Fire (Live At The Bexhill De La War Pavilion)
06. It's Electric (Live At The Bexhill De La War Pavilion)
07. Dead Reckoning (Live At The Aberdeen Music Hall)
08. Death By Design (Live At The Aberdeen Music Hall)
09. Sweet And Innocent (Live At The Aberdeen Music Hall)
10. Helpless (Live At The Aberdeen Music Hall)
11. Belly Of The Beast (Live At The Aberdeen Music Hall)
12. Am I Evil? (Live At King George's Hall, Blackburn)
A potência sueca do Power Metal,Sabaton, lançou seu novo single“Templars”acompanhado de um incrível vídeo cinematográfico filmado em duas enormes fortalezas históricas na Sérvia.
A faixa pertence ao novo álbum que deve ser anunciado em breve e, com previsão de lançamento para o final do ano. O disco será lançado pela nova gravadora do Sabaton, aBetter Noise Music.
Veja o que disse o baixista e empresário do Sabaton,Pär Sundström, sobre a nova música:
“‘Templars’ é a primeira música que escrevemos para o nosso próximo álbum e ela realmente traz à tona o lado teatral do Sabaton. Desde o momento em que começamos a trabalhar nela, estávamos transbordando de ideias sobre como dar vida a ela no palco. Não queríamos apenas tocá-la — queríamos mostrá-la!”
A banda é composta por Joakim Brodén (vocal), Pär Sundström (baixo), Chris Rörland (guitarra), Thobbe Englund (guitarra), HannesVan Dahl (bateria).
Interessante ser esta a primeira resenha que escrevo sobre o Cradle Of Filth, já que acompanho a banda desde seus primeiros álbuns quando ainda eram classificados de maneira simplória e errônea como apenas mais uma banda de Black Metal. Dessa forma, não é preciso ser um gênio para saber que recebiam uma tonelada de críticas descabidas dos fãs mais puristas. O grupo demorou para ser compreendido e os consumidores do Metal extremo insistiram por anos à fio em colocar os ótimos discos de Dani Filth e seus comparsas, no mesmo balaio de bandas que não tinham absolutamente nada em comum com o que era praticado pelo Cradle.
Depois de muito tempo, quando a banda já era uma das maiores neste segmento, foi que surgiu a classificação Extreme Gothic/ Symphonic Black Metal. Sem dúvida, a mais adequada para representar a musicalidade complexa e única do Cradle Of Filth. É verdade que em determinado momento da discografia, talvez em discos como “Nymphetamine” (2004) e “Thornography” (2006), o lado mais Gothic Metal estava aflorado em demasia e, se formos muito exigentes, podemos dizer que deram uma leve derrapada.
O mais justo seria dizer que estamos diante de uma banda que, desde seu primeiro álbum de estúdio, jamais se afastou muito das suas principais características. E além disso, ainda é uma das poucas que carrega consigo um DNA musical inegavelmente único, seja pela maneira inimitável de Dani cantar ou pelas estruturas líricas e a construção dos fraseados vocais serem absolutamente diferentes de tudo o que está por aí. Soma-se a isso os trechos orquestrados, os vocais femininos, os solos de guitarra melódicos e toda a parte visual… Definitivamente, não existe nenhuma banda como o Cradle Of Filth
Uma obra caótica que mergulha dentro do próprio catálogo da banda
“The Screaming Of The Valkyries” é o primeiro trabalho de estúdio lançado pela Napalm Records e o décimo quarto da carreira. O disco chegou às lojas e plataformas de streaming no último dia 21 de março e veio com a difícil missão de superar os últimos dois registros, “Cryptoriana (The Seductiveness Of Decay)” (2017) e “Existence Is Futile” (2021). Este último, eleito primeiro lugar em nossa lista de melhores do ano na categoria Black Metal naquele ano
Sobre “The Screaming Of The Valkyries”, é justo afirmar que ele traz elementos de basicamente toda a trajetória da banda. Desde faixas mais viscerais e velozes como “To Live Deliciously” e “When Misery Was A Stranger”, com referências aos primórdios, passando por “Demagoguery” e “White Hellebore”, onde encontramos elementos de álbuns como “Dusk And Her Embrace” (1996) e “Midian” (2000), culminando em composições mais melódicas como “Malignant Perfection” e “Non Omnis Moriar”, onde se mesclam melodias apresentadas em trabalhos como o seminal “Cruelty And The Beast” e discos onde o lado Gothic Metal é mais explorado.
Nota do redator: esses videoclipes são simplesmente sensacionais e altamente indicados a amantes do terror.
A eterna capacidade de se reinventar
“The Trinity Of Shadows” é uma faixa que exemplifica muito bem o trabalho do novo guitarrista Donny Burbage. O músico acrescentou muito na musicalidade da banda, trazendo riffs simplesmente fantásticos e somando uma técnica muito diferente daquela apresentada por Ashok. Com isso, o Cradle Of Filth ganhou uma dupla com características muito distintas, mas que ao somar forças, adiciona novos temperos a uma identidade que, por si só, já é repleta de originalidade.
O disco ainda apresenta “You Are My Nautilus” e “Ex Sanguine Draculae”, as duas mais longas do tracklist e, cada uma delas, resgatando diversos elementos tanto do início da trajetória, como novamente de “Cruelty And The Beast” (não adianta, este é uma referência eterna!) e obras mais recentes como “Godspeed On The Devil’s Thunder” (2008) e “Hammer Of The Witches” (2015).
Vale destacar a imensa capacidade que Dani Filth tem ao se reinventar utilizando o próprio catálogo, mas nunca deixando de olhar para o horizonte em busca de novas peculiaridades. Um dos pontos fortes do Cradle Of Filth há bastante tempo são as produções impecáveis e em “The Screaming Of The Valkyries” isto é mais uma vez a regra. Todas as climatizações, orquestrações e momentos atmosféricos/soturnos, casam com a aura malévola e blasfema das músicas.
Mais de 30 anos depois o Cradle Of Filth ainda é uma banda incompreendida
A tecladista Zoe Marie Federoff dá um show com seus vocais femininos muito bem encaixados, o baterista Marthus é uma máquina humana de moer e Dani conseguiu finalmente encontrar um meio termo entre a extravagância e o simples/funcional. Em pleno 2025, a audição de um novo álbum do Cradle Of Filth continua sendo uma experiência imersiva que recomendo a todos que apreciam música extrema, mas não se deixam levar por padrões e dogmas pré-estabelecidos. O detalhe é que o grupo britânico fez isso há nada menos que 34 anos e muita gente ainda não se deu conta disso.
Um ponto que vale ser destacado é que se falou muito sobre a colaboração entre o Cradle Of Filth e o astro pop Ed Sheeran. Esta parceria realmente aconteceu, a música foi gravada e está pronta para ser lançada em algum momento no futuro, mas sabiamente Dani não quis colocar a canção no novo álbum. Certamente, iria desvirtuar a análise e um ótimo trabalho poderia ser alvo de polêmicas desnecessárias por conta dela.
Concluindo, “The Screaming Of The Valkyries” é um disco onde os opostos se atraem e dão vazão a uma obra deliciosamente grotesca. É rápido, visceral, agressivo e muito pesado, mas também é bonito, bem executado, orquestrado e melodioso. Dessa forma, precisamos dar os parabéns aos envolvidos, pois conseguiram mais uma vez conceber um trabalho irretocável e acima de críticas enfadonhas sobre “não ser Black Metal o bastante”. Dane-se todas essas bobagens!