terça-feira, 6 de agosto de 2019

Nervosa: Fernanda Lira se emociona ao falar de escalação para Wacken 2020

A vocalista e baixista Fernanda Lira publicou um texto emocionado ao falar sobre a escalação de sua banda, a Nervosa, para o festival Wacken Open Air 2020. A musicista destacou que tocar no evento é "o maior sonho da minha vida até então".

Nervosa foi confirmada como uma das primeiras atrações da edição de 2020 do festival, cujos ingressos já estão esgotados. A banda foi escalada junto a nomes como Judas Priest, Amon Amarth, Sodom, Mercyful Fate, Hypocrisy, Death Angel e Venom, entre outros.



"WACKEN... é isso, o maior sonho da minha vida até então, vai se realizar", disse Fernanda Lira, por meio de publicação no Facebook. "Acho que cheguei no ápice das minhas expectativas, e o misto de emoções é tão intenso que só tô conseguindo meio que processar agora, ontem (sábado, 3, data em que as primeiras atrações de 2020 foram anunciadas) fiquei um pouco em choque ao ver aquele anúncio concretizado, todo dourado ali, lindo, ao lado do Mercyful Fate e tal, tão especial que simplesmente fiquei atônita e não consegui reagir direito."

A frontwoman da Nervosa divulgou uma foto de quando foi ao Wacken em 2008, quando tinha 18 anos. "Quando adolescente, eu e meus amigos éramos muito extremamente viciados em metal, a gente se encontrava nas casas um dos outros pra ficar ouvindo música e vendo video ao vivo das bandas que a gente amava. Muito desses vídeos eram ao vivo das bandas no Wacken. Toda a minha galera vem de um background difícil, humilde, periférico, então o Wacken era tipo algo inalcançavel, um oásis do metal totalmente inatingível, já que muitas vezes a gente passava junto na catraca do ônibus pq um ou outro não tinha grana pra ir no rolê, pedia dinheiro em fila de show (mil vezes) ou invadia o show pq não tinha como entrar, ou juntava meses e meses pra comprar um CD na Destroyer (que era a loja mais barata), quem dirá conseguir cruzar um continente pra ir no fest", disse.

A musicista comentou que juntou dinheiro e tentou ir para o Wacken, "mesmo sem ter viajado sozinha para qualquer lugar". "Quando cheguei lá, nem acreditei. Minha ficha só caiu na hora que eu tava na primeira fila no show do Maiden, e quando tavam tocando aquela pausa no meio da Rhime of the Ancient Mariner que fica só o baixo, ficou um silêncio brutal na plateia e bateu uma brisa de vento muito suave na minha cara (parece os autores de literatura descrevendo os baguio, mas é vdd haha) e ali eu desabei de chorar. Senti a presença que cada um dos meus amigos, do meu pai, de todo brazuca que queria tar ali e não tinha conseguido e foi muito intenso, um misto de gratidão, felicidade, amor e realização por mim e pelos meus próximos. E ali também, surgiu aquela pulga atrás da orelha - será que um dia eu conseguiria tocar aqui?", disse
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Entre outros agradecimentos, Fernanda Lira destacou sua gratidão à guitarrista Prika Amaral e à baterista Luana Dametto, suas colegas de Nervosa. "Agradeço a elas, minhas companheiras de banda de hoje, Prika e Lu, e as que já foram um dia, por estarem nessa caminhada. A minha família pelo apoio e a compreensão, aos meus amigos queridos e pentelhos pelo colo, incentivo e paciência. A bandas como o Krisiun e o Sepultura, que me inspiraram e mostraram que é possível sim ser latinoamericano, metaleiro fudido, e mesmo assim, fazer acontecer. A todas minhas ídolos mulheres dentro do metal, que me ensinaram a tacar o foda-se e que é possível ter seu espaço num meio predominantemente masculino e por vezes intimidador pras minas", afirmou.

Leia a publicação, na íntegra:

Fonte: Whiplash.net

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