As nove canções do disco são recheadas de peso, brutalidade, técnica e riffs mais que perfeitos. Embora se imagine que pela presença de David Vincent, o qual gravou pelo menos três clássicos absolutos com o Morbid Angel – “Altar Of Madness” (1989), “Blessed Are The Sick” (1991) e “Covenant” (1993) – o disco fosse seguir uma receita old school, “Something Wicked Marches In” apresenta um Death Metal absolutamente atual.
Foram lançados quatro singles do álbum, o áudio de “Praevalidus”, os lyric vídeos de “Diabolus Est Sanguis” e “Total Destroy!”, e mais tarde o áudio de “Monolilith”, minha canção favorita. Só essas quatro faixas antecipadas já davam ideia do quão destruidor seria esse lançamento e as previsões se confirmaram absolutamente. Não há possibilidade de ser apreciador de Death Metal e ignorar esse disco, zero por cento de chances que isso ocorra. Outro ponto fortíssimo desse trabalho é a produção de estúdio. Todos os instrumentos são absolutamente nítidos, assim como o vocal. A masterização proporcionou o peso na medida certa, dando ao álbum a sonoridade que ele merecia pela alta qualidade de suas composições. Rune e Flo, os principais compositores e formadores do projeto, acertaram em cheio quando juntaram David Vincent ao time. Acreditem, não poderia ter saído melhor.
Apenas cinco das nove canções não saíram antecipadamente. A faixa título abre o álbum, “Something Wicked Marches In”. Riffs fatais, variações rítmicas constantes e empolgantes, bateria destruidora, harmonia, melodia e um refrão insano, tudo isso junto em uma música que mereceu abrir e batizar o debut do Vltimas. “Truth and Consequence”, a canção mais acelerada do álbum, é também aquela que possui o melhor arranjo de bateria. Flo Mounier deve ser um híbrido de ser humano com algum tipo de alienígena desconhecido pela ciência, pois não é normal o quão incrível é a sua performance no instrumento (quem é fã do Cryptopsy sabe do que estou falando). A música “Last Ones Alive Win Nothing” tem uma pegada mais Black/Death Metal, mas se encaixa perfeitamente no contexto com uma pitada ‘sabbática’ nos riffs e bends.
“Everlasting” é a melhor entre as canções que não foram eleitas como singles. Um riff violento, repiques brutais de bateria e uma energia capaz de incendiar até o oceano. A canção que fecha o álbum, “Marching On”, como o próprio nome já diz, lembra uma marcha em seu andamento. Ela tem o solo de guitarra mais bonito desse disco, recheado de energia e feeling. O refrão, assim como todos os demais, gruda na mente. Infelizmente a audição termina e a única solução é ouvir outra vez.
Se em 2019, o Death Metal como um todo não teve tanto destaque como em anos anteriores, o disco de estreia do Vltimas, “Something Wicked Marches In”, já fez com que o Metal da morte estivesse muito bem representado. Esse não foi somente o melhor lançamento do estilo naquele ano, como um dos melhores álbuns de Death Metal que eu já ouvi (não, não estou exagerando). Espero que a banda repita a dose em seu próximo full-lenght, embora não seja uma tarefa tão fácil, pois a quase perfeição desse debut me deixou muito mal acostumado.
Nota: 9,6
Fonte: mundometalbr.com
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