segunda-feira, 16 de setembro de 2019

Megadeth: 10 anos de “Endgame”

Em 15 de setembro de 2009, o MEGADETH lançava 12° disco de sua carreira. E se o antecessor, “United Abominations” já era considerado uma volta ao estilo da banda, em “Endgame“, podemos dizer que temos finalmente, a volta do MEGADETH old-school, a volta do Thrash Metal como carro chefe da banda de Dave Mustaine. E isso não acontecia desde o já longínquo ano de 1990, quando a banda lançou “Rust in Peace“, o disco amado por onze em cada dez fãs da banda.
É óbvio que a banda lançou bons discos após o “Rust in Peace“, mas nada igual ao que seria produzido aqui no ano de 2009. E a banda andou oscilando entre bons e maus momentos nos discos que antecederam “Endgame“.
Haveria uma troca no lineup da banda para a gravação de “Endgame“: Mustaine tiraria o excelente Chris Broderick do NEVERMORE, que naquele momento estava entrando em um hiato, numa sábia decisão, pois Broderick é considerado por mim como um dos melhores guitarristas da cena e caiu muitíssimo bem.
Este seria o último disco com o baixista James LoMenzo, já que Dave Mustaine Dave Ellefson fariam as pazes após as longas trocas de farpas e brigas nós tribunais e retornaria à banda depois do lançamento deste play.
Então Mustaine em uma decisão muito acertada, trouxe o mago Andy Sneap para a produção. O próprio Mustaine co-produziu o disco. E Andy, famoso por realizar excelentes trabalhos, sobretudo com o NEVERMORE e com o ARCH ENEMY, e aqui ele não deixou por menos. Deu 150% de seu talento e ainda afirmou em entrevista que “fez o MEGADETH soar old-school do jeito que ele gostava de curtir a banda. Todos se reuniram no estúdio “Vic’s Garage“, na cidade de San Marcos, na Califórnia, entre os dias 7 de janeiro e 19 de maio de 2009, quando saíram de lá com este petardo.
Abrindo a bolacha temos uma instrumental simplesmente pesada e maravilhosa, chamada “Dialectic Chaos“, com riffs que já indicam o que o ouvinte deve esperar deste play. Uma pegada bem bacana.
A música logo é emendada pela igualmente pesada “This Day We Fight“, outro petardo que carrega riffs pesados e solos violentos e agressivos, que vez por outra entram do nada no meio da música.
44 minutes” é uma música que dá um pouco mais de sossego aos nossos pescoços… Eu digo um pouco, porque ela tem seus momentos pesados, embora a introdução e o refrão sejam mais melódicos. Excelente música.
Temos agora uma das minhas favoritas deste disco: “1,320” é linda, pesada, onde Dave Mustaine mostra que está de volta a produzir excelentes riffs como poucos na cena Metal. É um som que dosa bem as partes rápidas e mais cadenciadas. E tem um solo magnífico.

Bite the Hand” é outro som em que os riffs de Dave Mustaine estão em voga, numa amostra de que ele estava muito inspirado quando compôs este álbum.“Bodies” é pesadona, com riffs marcantes e um solo bem melódico que casa muitíssimo bem na música. e o peso do baixo de James LoMenzo ajuda e muito. Outro ponto alto deste disco, que aliás, não tem uma música ruim.
A faixa título tem um clima mais sombrio, com muito peso, enquanto que “The Hardest Part is Letting Go… Sealed With a Kiss” é a balada do disco. Quer dizer, a música que tem uma parte de balada, porque no refrão a coisa fica densa e pesada, com boas viradas de Shawn Drover.
Head Crusher” é a faixa mais old-school deste disco, rápida, agressiva, certeira. É a única deste disco que de vez em quando entra no setlist
How the Story Ends” lembra muito a faixa “Bodies“, ambas tem o mesmo clima. Aqui temos as guitarras bem pesadas e riffs interessantes.
A melhor faixa do disco para mim é a que fecha a obra, não é rápida como as anteriores e ela se chama “The Right to Go Insane“, que começa com o baixo sombrio de James LoMenzo. Falar dos riffs deste som aqui é chover no molhado, uma vez que a proposta do disco é essa: promover uma tempestade de riffs insanos. Mesmo a música tendo um andamento bem mais arrastado do que todas as músicas do restante do álbum, o peso se mantém intacto. As coisas melhoram quando no final, o andamento fica um pouco mais rápido para acompanhar os solos de Dave Mustaine e Chris Broderick, uma das melhores duplas de guitarristas que o MEGADETH já teve. Um final excelente para um disco que fora concebido de maneira mágica.


Minha relação com “Endgame” é de muito carinho. Eu considero este disco como o melhor já lançado pelo MEGADETH neste século e fica no meu Top 3, atrás apenas do Rust in Peace e do Peace Sells. É um disco pesado e rápido como os quatro primeiros lançamentos da banda, porém com uma roupagem nova, moderno sem ser pedante como as bandas mais novas. E Mustaine entende do riscado. Foi um disco em que em um certo momento da minha vida, eu o ouvia todos os dias, sem enjoar.
Uma curiosidade de “Endgame” é que quando saiu o press-release do disco, a faixa “The Right to Go Insane” fora divulgada com o título de “Nothing Left to Lose“, que é uma parte do refrão desta.Todas as letras foram escritas por Dave Mustaine e quanto as músicas, somente “The Hardest Part to Letting Go… With a Selaed Kiss” , que teve a colaboração de Chris Broderick e “Head Crusher” que teve a colaboração de Shawn Drover.
Bom, hoje é dia de celebrar este discaço e desejar que o MEGADETH retorne logo ás atividades, com a recuperação de Dave Mustaine, que recentemente completou 58 anos de idade. Lamentar pelo cancelamento da apresentação da banda no Rock in Rio deste ano, porém, ficar aliviado de que foi por uma nobre razão e vamos não só aguardar o próximo disco da banda, bem como desejar uma longa vida a um destes pilares do “The Big 4“.
Lineup:
Dave Mustaine – Vocal/Guitarra
Chris Broderick – Guitarra
James LoMenzo – Baixo
Shawn Drover – Bateria
Fonte: Roadie-metal.com

Nenhum comentário: