Derrick Green fez duras críticas a casas de show e locais destinados a eventos de Rock e Metal.
A entrevista ocorreu na Bloodstock TV, aliás, o momento em que Derrick resolveu falar o que pensa sobre o assunto foi quando começou a responder uma pergunta sobre as dificuldades encontradas por bandas novas para organizar turnês.
Veja o que disse o vocalista do Sepultura e faça sua análise sobre as duras críticas feitas por ele:
“É EXTREMAMENTE DIFÍCIL, AGORA MAIS DO QUE NUNCA. A PRÓPRIA INDÚSTRIA ESTÁ CONSTANTEMENTE TENTANDO TIRAR O MÁXIMO QUE PODE DOS ARTISTAS POR CAUSA DE TODA AQUELA SITUAÇÃO COM A PANDEMIA, TANTO QUANTO OS CLUBES ESTÃO REALMENTE SENDO EXTREMAMENTE GANANCIOSOS E TENTANDO FAZER SEU DINHEIRO VOLTAR ATRAVÉS DE PRODUTOS DOS ARTISTAS, O QUE É COMPLETAMENTE RIDÍCULO, TANTO QUANTO TER PORCENTAGENS ABSURDAS QUE ELES ESTÃO TIRANDO DE NOSSA MERCADORIA. ISSO NÃO FAZ NENHUM SENTIDO PARA MIM. SOMOS OS ARTISTAS, CRIAMOS O MERCHANDISING, CARREGAMOS O MERCHANDISING, ESTAMOS PAGANDO O IMPOSTO SOBRE O MERCHANDISING, ESTAMOS FAZENDO DE TUDO PARA TORNÁ-LO RELEVANTE E DIVULGÁ-LO PARA OS FÃS, E ENTÃO ALGUÉM CHEGA E DIZ, ‘OH, EU VOU FICAR COM 30 POR CENTO’, OU ‘EU VOU PEGAR 20 POR CENTO DE TUDO O QUE VOCÊ ESTÁ VENDENDO EM NOSSO LOCAL’. E EU ACHO QUE ISSO É ABSOLUTAMENTE ABSURDO E ULTRAJANTE, ELES ESTÃO EMPURRANDO ISSO PARA NÓS ARTISTAS.
ACHO QUE ESTAMOS TODOS TRABALHANDO JUNTOS, MAS NESTE SENTIDO ACHO QUE ESSES CLUBES ESTÃO NOS TRATANDO COMO SE FÔSSEMOS FAZER ALGO PARA PREJUDICAR NOSSO PRÓPRIO SHOW, É UM ABSURDO. ENTÃO, ESSAS COISAS ESTÃO SURGINDO EM MINHA MENTE POR ESTARMOS EM TURNÊ E REALMENTE ISSO ME DEIXA LOUCO. E ISSO FORÇOU AS BANDAS A FAZEREM OUTRAS ALTERNATIVAS DE VENDA DE SUAS MERCADORIAS, TIPO, PRÉ-VENDAS OU FAZER LOJAS POP-UP EM LUGARES ONDE NÃO VÃO PEGAR UMA PORCENTAGEM TÃO GRANDE DE SUA MERCADORIA E TALVEZ APENAS UMA TAXA FIXA APENAS PARA ALUGAR O ESPAÇO, ENTÃO VOCÊ PODE VENDER SUA MERCADORIA LÁ UM DIA ANTES DO SHOW. ESSAS PODEM SER ALGUMAS ALTERNATIVAS QUE OS ARTISTAS VÃO PROCURAR PARA NÃO SEREM ROUBADOS POR ESSES LOCAIS.
ACHO QUE MUITOS ARTISTAS PRECISAM SE MANIFESTAR SOBRE ISSO, ACHO QUE MUITOS ARTISTAS PODEM TER MEDO DE SE MANIFESTAR POR MEDO DE SEREM BANIDOS DE CERTOS SHOWS OU O QUE QUER QUE SEJA, MAS ACHO IMPORTANTE SE CADA ARTISTA FALAR SOBRE ISSO E REALMENTE TENTAR ENCONTRAR UMA MUDANÇA. EU ACHO QUE É INJUSTO DE MUITAS MANEIRAS. É SIMPLESMENTE NOJENTO O FATO DE QUE MUITAS DESSAS PESSOAS NA INDÚSTRIA ESTÃO SEMPRE TENTANDO TIRAR DOS ARTISTAS QUANDO OS ARTISTAS JÁ TÊM MENOS HÁ MUITO TEMPO. SOMOS AQUELES QUE FICARAM SEM TOCAR POR DOIS ANOS TAMBÉM (SE REFERINDO A PANDEMIA), ENTÃO ESTAMOS VOLTANDO AGORA E LUTANDO E LUTANDO E TENTANDO PAGAR MUITAS DÍVIDAS E COISAS ASSIM. MAS NÓS CONTINUAREMOS EM FRENTE. A MÚSICA AINDA É MUITO FORTE E A CENA TAMBÉM, E ACHO QUE É IMPORTANTE QUE MÚSICOS E ARTISTAS LUTEM POR SEUS DIREITOS.”
Derrick Green não foi o único artista a denunciar tais práticas. Anteriormente, Dino Cazares, do Fear Factory, também demonstrou estar bastante incomodado com a porcentagem que as bandas de Metal estão sendo obrigadas a pagar.
O público é quem sai prejudicado com estas práticas. Ademais quando pagamos preços cada vez maiores em produtos oficiais, compramos menos merchandising e isso afeta diretamente nos lucros dos artistas. Logo, toda essa “exploração” acaba dificultando a própria sobrevivência das bandas.
John Petrucci e Jordan Rudess, ambos do Dream Theater, também comentaram recentemente sobre este famigerado modos operandi que tem reinado nos eventos de Metal mundo afora. É claro, ambos os músicos deram razão ao vocalista do Sepultura.
O que vocês pensa sobre isso?
fonte: Mundometalbr.com
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