Em 28 de outubro de 2014, o OBITUARY lançava o seu nono full-lenght: e “Inked in Blood” encerrava o hiato de 5 anos entre o disco anterior, “Darkest Day”. Era o segundo maior hiato entre um lançamento e outro da banda, superado somente pelo periodo em que os caras se separaram.
A gravação do álbum foi financiada por uma campanha bem-sucedida do Kickstarter, no final de 2013. O quinteto se reuniu no Redneck Studio, na cidade de Gibsoton, na Flórida. A produção ficou a cargo dos irmãos Tardy e o álbum foi lançado pela Relapse Records.
A banda comentou à época sobre o processo de composição
Nós passamos três anos escrevendo e trabalhando neste novo material e não poderíamos estar mais empolgados com o resultado destas músicas. Todas as estrelas parecem ter se alinhado a nós e, neste lançamento, com as músicas, produção e a sensação geral deste álbum é que a banda está mais sólida do que nunca.
E foi com este sentimento que os caras definiram o disco aniversariante de hoje. Bem diferente do anterior, que tem seus bons momentos, aqui, os caras fizeram um disco tão bom quanto aos que a própria banda compôs nos anos 1990, como vamos destrinchar a partir de agora, faixa por faixa:
“Centuries of Lies” é a faixa perfeita para a abertura do disco, uma faixa ligeiramente rápida, com riffs repetitivos e que grudam na sua cabeça, é um convite para um moshpit. Os caras já deixaram uma excelente impressão logo de cara.
Violent by Nature” é aquela faixa “slowly” típica do OBITUARY, mas aqui ela ganha muito mais peso, punch. Ótimos riffs da dupla Trevor Peres e Kenny Andrews, aliados às batidas de Donald Tardy. O cara tava com a mão pesada neste disco
“Pain Inside” mantém o clima arrastadão, aqui lembrando algumas passagens do álbum “World Demise”. Muito peso e um clima sombrio ditam o ritmo desta música sensacional.
“Visions im my Head” é a faixa que atualmente costuma abrir as apresentações da banda ao vivo. E que música. As guitarras e a bateria trabalham em perfeita sintonia, com riffs matadores no meio da música, além de um solo espetacular.
“Back on Top” traz de volta o andamento arrastadão em uma música bem densa e pesada, um solo muito bem elaborado e a voz marcante de John Tardy, sem esquecer do trio que mais se destacou neste álbum: os dois guitarristas e o batera Donald Tardy.
Eis que chega a melhor faixa deste disco: a rápida, pesada, crua e direta “Violence”. Sem pestanejar, eu afirmo que esta é uma das melhores músicas da carreira do OBITUARY. E esta foi a primeira faixa em que a banda resolveu apostar em fazer um videoclipe com animação. Ficou hilário.Donald Tardy mais uma vez se destaca aqui com suas mãos pesadas. O cara estava com raiva do seu kit de bateria.
“Inked in Blood”, a faixa título aposta novamente em um som mais arrastado, denso, pesado e com bons riffs de guitarra. Trevor Peres está longe de ser o guitarrista mais virtuoso da cena, mas o cara compensa com seu carisma e com uma capacidade de criação de riffs que é raro de se encontrar. E quem foi que disse que música boa precisa necessariamente ser complexa e difícil de ser executada? O OBITUARY já mostrou diversas vezes de que é possível fazer música de excelência com simplicidade.
Deny You” mantém o clima “Doom” do disco, com ótimos riffs arrastadões que vão se repetindo de forma a nos deixar impressionados com a capacidade deste quinteto da Flórida em fazer um som honesto, pesado e de qualidade. Outra vez o meu destaque é para Donald Tardy, desta feita, para sua performance no seu bumbo duplo. Sensacional.
E tome mais som arrastado em “Within a Dying Breed”, onde novamente as guitarras e a bateria vão conduzindo o som, com John Tardy inprimindo seus gritos desesperadores. No refrão e na parte final, a música fica só um pouquinho mais rápida, mas sem descaracterizar a base da mesma.
Temos a velocidade de volta com a poderosa “Minds of the World”, outra música rápida e direta em que mais uma vez Donald Tardy desce o braço em seu kit de bateria, desgraçando ainda mais o som do “Bitu”.
Out of Blood” não é tão arrastada quanto a maioria das músicas presentes neste play, ela até tem umas palhetadas mais rápidas, muito peso e colabora para que o disco se mantenha no topo.
“Paralyzed With Fear” lembra e muito a música “Insane”, do álbum “Frozen in Time”, ao menos nas estrofes, porque o refrão é bem diferente. Mas a música é muito boa, com as guitarras falando muito bem, com riffs que beiram a perfeição.
Os caras resolveram regravar dois dois clássicos da banda e o que aconteceu foi que eles só conseguiram melhorar o que já era ótimo: “Intoxicated”, que começa veloz e ganhou mais peso e a perfeita “Bloodsoaked”, que é a minha favorita dos caras, aqui ficou ainda mais favorita.
Em quase uma hora de duração, “Inked in Blood” mostra que chegou para se colocar na galeria dos melhores discos do OBITUARY. Talvez o fã old-school irá discordar deste redator que vos escreve e eu não desmereço os três primeiros discos da banda, mas todos nós temos de admitir que a banda adquiriu experiência e amadureceu seu som com o passar dos tempos e o aniversariante de hoje mostra isso de forma bastante contundente.
A minha relação com este álbum é de muito carinho, por um determinado período, ele foi um dos discos que mais escutei. O OBITUARY é uma banda que nunca me decepciona com seus lançamentos e tudo que podemos fazer hoje é celebrar a data de hoje e desejar uma longa vida para este quinteto, que merecidamente foi uma das bandas que deu suporte na turnê de despedida do SLAYER. Quando se faz seu trabalho com competência, os resultados aparecem.
Lineup:
John Tardy – Vocal
Donald Tardy – Bateria
Trevor Peres – Guitarra
Kenny Andrews – Guitarra
Terry Butler – Baixo
John Tardy – Vocal
Donald Tardy – Bateria
Trevor Peres – Guitarra
Kenny Andrews – Guitarra
Terry Butler – Baixo
Fonte: Roadie-metal.com
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