Não resta dúvida de que o ano de 1990 foi o mais efervescente da história do thrash metal, tanto que o tema é assunto de capa da atual edição da ROADIE CREW (#254, maio/junho). A lista de lançamentos é gigante: Souls of Black (Testament), Seasons in the Abyss (Slayer), Rust In Peace (Megadeth), Coma of Souls (Kreator), Cowboys From Hell (Pantera), Slaughter in the Vatican (Exhorder), Twisted Into Form (Forbidden), Act III (Death Angel), Never, Neverland (Annihilator), Impact is Imminent (Exodus), The American Way (Sacred Reich), Violent By Nature (Atrophy), Better Off Dead (Sodom), Lights… Camera… Revolution! (Suicidal Tendencies), By Inheritance (Artillery), Shotgun Justice (Razor), When the Storm Comes Down (Flotsam & Jetsam), Swallowed in Black (Sodom) Tortured Existence (Demolition Hammer), Dances of Death (and Other Walking Shadows) (Mekong Delta), Steps (Sieges Even), The Edge of Eternity (Hexenhaus), Reason (Anacrusis), Suiciety (Realm), Obnoxious (Acid Reign), For Whose Advantage? (Xentrix), Opressing the Masses (Vio-Lence), The Meaning of Life (Tankard), World Chaos (Holy Moses) e Cracked Brain (Destruction). Isso sem contar os nacionais The Man in His Own Jackal (Chakal) e Addicted to Reality (Overdose). Neste rol de obras primas do thrash metal que em 2020 completam 30 anos, consta também Persistence of Time do Anthrax. E que me desculpem os fãs de Among the Living (1987), mas, em minha opinião, Persistence… é o melhor e mais maduro trabalho da banda. E para celebrar essa data tão especial, o Anthrax lançará uma reedição de Persistence of Time, no mesmo dia do aniversário do álbum: 21 de agosto.
Persistence of Time foi produzido por Mark Dodson e certificado Disco de Ouro. O álbum foi o último do vocalista Joey Belladonna na banda até Worship Music, de 2011. A formação clássica do grupo na época era completada por Scott Ian e Dan Spitz (guitarras), Charlie Benante (bateria – e guitarra em estúdio) e seu sobrinho Frank Bello (baixo).
Em entrevista ao Beyond the Blast Doors, Benante explicou sobre a reedição: “O álbum atual é remasterizado e soa muito bem. Tudo o que faltava ao longo dos anos agora foi recapturado, do jeito que deveria ser. Há um monte de bônus, como músicas que começaram de um riff e depois foram para o ensaio e então para a gravação. É como uma espécie de evolução de algumas das músicas. Há coisas ao vivo, algumas faixas de vocais guia do Scott e um vídeo inteiro nosso compondo e fazendo demos, além de filmagens nossas em turnê com o Iron Maiden. É ótimo – é realmente ótimo. Você ouvirá partes de músicas que nunca chegaram à gravação final, ou músicas com um arranjo diferente da música finalizada”, revelou.
A edição deluxe de Persistence of Time contará com dois CDs e um DVD, enquanto que a versão vinil terá quatro LPs – no entanto, não estará disponível em formato digital. Essa reedição terá várias raridades e coisas inéditas. O material vem dos arquivos de Benante, que arquivou fitas com riffs, demos de pré-produção e outras gravações relacionadas à composição do álbum. E, como antecipado por ele, há versões de músicas com vocais guias de Ian, antes de Belladonna fazer sua parte em estúdio, além de jams e outras tomadas. Já o DVD de 40 minutos com material que a banda e sua equipe filmaram na turnê de 1991 com o Iron Maiden, inclui imagens do trio Ian, Bello e Benante unidos à banda inglesa no palco para tocarem Sanctuary, música da “Donzela de Ferro”. Além disso, há também cenas de bastidores e dos membros de ambas as bandas. O encarte contém anotações de Ian, que abrem as cortinas de alguns dos incidentes que alimentaram o conteúdo lírico do álbum, páginas do script do episódio “My Dinner with Anthrax” do sitcom Married… With Children, em que a banda aparece como convidada, além de fotos da banda e de capas de revistas daquele período, passes de bastidores e uma variedade de itens vintage promocionais.
Como nas edições deluxe de aniversário anteriores, Benante cuidou de tudo para Persistence of Time. O disco 1 compreende as onze faixas do álbum, completamente remasterizadas por Paul Logus (que masterizou Worship Music e For All Kings, o EP Anthems e os DVDs Kings Among Scotland e Chile On Hell. O disco 1 também apresenta uma versão especial “bônus lado B” da insólita I’m the Man, em uma pegada ainda mais hip-hop, e uma versão ao vivo de Time gravada no Michigan’s Palace de Auburn Hills, em 1991. As duas canções finais do disco 1, bem como as nove faixas do disco 2 são gravações especiais do “Charlie’s Stash”, uma riqueza incomparável de músicas do Anthrax nos ensaios da banda, sessões de composição, pré-produção e performances ao vivo, que Benante registrou nos últimos 40 anos e manteve em sigilo. Essas gravações colocam os ouvintes “na sala” com a banda, à par da evolução das músicas de Persistence of Time, começando com os riffs e demos originais de Benante, que depois se junta à Bello, Spitz, Ian e Belladonna para moldarem as músicas em ensaio, depois em pré-produção e, finalmente, no estúdio de gravação.
A banda também revisou a arte da capa para se parecer mais como uma pintura surrealista de Salvador Dalí. “É uma capa diferente, é a ideia original que tive de um relógio derretido”, comentou Benante, que também supervisiona todas as capas e artes gráficas do Anthrax. “Éramos uma banda há apenas poucos anos, mas muita coisa havia acontecido e percebemos que não podíamos parar o tempo. Simultaneamente, eu estava no auge da minha fase de Salvador Dali, estava completamente absorto em sua arte e queria amarrar os dois juntos: Salvador Dali e o tempo. Amei o que o (artista) Don Brautigam fez com a capa original, mas para esta edição de luxo, eu queria do jeito que eu tinha visto em minha cabeça, o relógio derretendo, e foi o que fizemos”.
Fonte: Roadiecrew.com
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