A banda dinamarquesa Mercyful Fate sempre foi muito mais do que apenas Heavy Metal. Em meio aos riffs sombrios e aos vocais operísticos do vocalista King Diamond, há uma rica camada de referências ocultas e literárias que elevam o terror do grupo a outros patamares.
São muitos os assuntos abordados e boa parcela deles capazes de congelar a espinha dos fãs mais corajosos. De pactos com o “mochila de criança” à experiências fantasmagóricas imersivas, de possessões demoníacas, tramas sobrenaturais e passando por crimes brutais cometidos por “pessoas comuns”, o velho Mercyful Fate é inegavelmente um belíssimo exemplo de ousadia.
Um dos exemplos mais fascinantes está no álbum “Time”. A faixa “The Mad Arab” é um prato cheio para quem curte horror literário. Além disso, ela mergulha o ouvinte diretamente na mitologia do mestre máximo do horror cósmico, H.P.
A música é inspirada no infame Abdul Alhazred. A saber, o personagem foi criado por Lovecraft e seria o autor do temido livro fictício de magia e saber proibido: o Necronomicon.
O grimoire amaldiçoado
Supostamente, ele contém rituais, fórmulas, bem como conhecimentos ocultos sobre entidades cósmicas antigas — como Cthulhu, Yog-Sothoth e outros seres dos Mitos de Cthulhu. Lovecraft o descreve como um grimoire amaldiçoado, temido por sua capacidade de enlouquecer ou destruir quem o lê.
Embora seja completamente inventado, o autor o tratava com tamanha verossimilhança — mencionando traduções, datas e edições falsas — que muitos leitores acreditaram que o Necronomicon realmente existia.
o incorporar Alhazred em suas letras, o Mercyful Fate fez mais do que apenas escrever uma canção pesada, mas reforçou seu status de verdadeiros contadores de histórias. A saber, a faixa “The Mad Arab” é só a primeira parte da história, já que a banda deu continuidade à saga com uma segunda composição intitulada “Kutulu (The Mad Arab Part Two)”, lançada no álbum seguinte, “Into the Unknown” (1996).
Entidade cósmica adormecida
Kutulu (ou Cthulhu, na grafia mais comum) é uma entidade cósmica criada por H.P. Lovecraft, aparecendo pela primeira vez no conto “The Call Of Cthulhu” (1928). Dessa forma, sua descrição é a de uma criatura colossal, com aparência híbrida de polvo, dragão e humano, coberta de tentáculos e asas membranosas.
Cthulhu está adormecido nas profundezas do oceano, na cidade submersa de R’lyeh, esperando o momento em que “as estrelas se alinharão” para despertar e retomar o domínio sobre a Terra. Mais do que um simples monstro, Cthulhu representa o terror cósmico lovecraftiano. É a própria ideia de que a humanidade é insignificante diante de forças antigas e incompreensíveis que habitam o universo.
Esta é certamente uma das provas definitivas que o Heavy Metal pode ser tão rico e assustador quanto a mais densa literatura de horror. Necronomicon e Heavy Metal? Essa mistura é imperdível.
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Fonte: Mundometalbr.com
 
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