Em uma nova entrevista ao Tom Woods Show, o líder, guitarrista e principal compositor do Iced Earth, Jon Schaffer, comentou sobre seus últimos anos. Como sabemos, o músico passou por experiências extremas e parece ter modificado bastante algumas de suas visões.
Desde o comprovado envolvimento na invasão ao Capitólio norte americano em janeiro de 2021, Jon ficou preso, foi julgado, se converteu ao cristianismo, foi absolvido em parte das acusações e condenado em outras, mas finalmente está livre.
Após todo este processo, os fãs esperavam que o Iced Earth retornasse às atividades, mas ao que tudo indica isso não vai acontecer. A banda não existe sem Schaffer e ele não parece estar propício a reviver esta parte de sua vida
Questionado sobre seu envolvimento no tumulto de 6 de janeiro de 2021 e sobre suas opiniões políticas, Jon Schaffer tenta se desvincular de alguns rótulos:
“Bem, eu sou apenas um cara pró-liberdade. E tenho que admitir que houve um momento na minha vida em que eu comprei a ideia do neocon [neoconservadorismo], e isso foi há muito tempo. E eu acho que as pessoas precisam crescer e mudar suas posições à medida que aprendem mais. Estou sempre disposto a ser convencido de que estou errado sobre algo. Mas acho que é preciso um certo tipo de fortaleza interior para admitir que você estava errado sobre as coisas e que estava vendo o mundo por uma visão distorcida. E isso continua crescendo para mim. E Ron Paul foi uma grande parte disso. Eu realmente apoiei o movimento de Ron Paul lá por 2007, acho, ou 2008, por essa época foi quando realmente me dei conta. Então eu sou apenas um cara da liberdade. Isso é o principal para mim. Não se trata de Democratas ou Republicanos.”
Apesar de não se considerar “um bajulador do Trump”, Jon explicou os motivos que o fizeram participar da marcha pró-Trump ao Capitólio norte americano em 2021:
“Bem, porque eu acreditava que era o colapso da república. Com toda a histeria extrema da COVID, os abusos do governo — eu não acho que você consiga algo mais fascista do que isso. Quando essas grandes corporações estão tendo lucros recordes e pequenos negócios estão sendo destruídos, e as pessoas são obrigadas a tomar uma medicação experimental, se você quiser chamar assim ou seja lá como for, ou perder seus empregos ou serem expulsas das Forças Armadas, isso é fascismo clássico. Então havia muita coisa assim acontecendo que eu achei muito perturbadora. E então, claro, tem a parte da eleição, que, francamente, eu teria ficado tão indignado se os papéis estivessem invertidos.
Mas já estamos nesse caminho há muito tempo, e eu acho que me senti otimista de que as pessoas estavam acordando. E acho que estão, mas acho que temos um grande desafio pela frente. Estamos naquela fase, acredito, em que os tempos têm sido bons por tanto tempo que isso criou muitos homens fracos, e homens fracos criam tempos difíceis, e tempos difíceis criam homens fortes, e homens fortes criam tempos bons, e tempos bons criam homens fracos. E acho que estamos nessa fase agora. Eu odeio ver a civilização ocidental colapsar. Não sei se é possível impedir, mas acho que há um terreno fértil para espalhar as ideias de liberdade.
Sobre o fato de muitos amigos e colegas de profissão terem se afastado dele, Jon disse:
“Eu diria que os três anos e meio depois [de ser colocado em] confinamento solitário foram ainda mais difíceis porque a cada trimestre era adiado e adiado. E eu conversava com [meus advogados] sobre isso. Eu falava: ‘Sabe, pessoal, se eu tenho que ir para a prisão, quero começar logo. Eu não vou ficar mais jovem aqui.’ Quero dizer, era quase mais difícil porque eu não podia realmente fazer nada. Sou grato por ter tido aquele tempo na Flórida para cuidar da minha mãe [antes de ela falecer] e estar com ela e tal, com certeza. Mas foi um processo de crescimento doloroso. E realmente tem sido um presente, no quadro geral, para realmente ver quem é leal e em quem eu posso confiar e quem eu sei que está realmente ali. Isso é algo enorme. Isso me levou a Cristo.
Eu cresci cristão, fui para uma escola cristã, me rebelei muito por causa das coisas que experimentei naquela escola, sendo jovem, sendo revoltado, mas eu nunca fui ‘anti’ Cristo. Mas eu realmente não me dava bem com a religião organizada; eu tinha um problema com isso. Mas sempre achei que Jesus era um cara durão de verdade. Sério. Eu sei que as pessoas vão achar isso engraçado, mas eu até escrevi músicas sobre esse tipo de coisa. Mas isso me levou a um relacionamento pessoal com Cristo, e esse tem sido o maior presente de todos através de tudo isso. Mas também há outras coisas, como descobrir quem são seus amigos, o que realmente importa. Foi um difícil e foi um presente.”
Perguntado sobre o que tudo isso significa para ele em termos de carreira agora, Schaffer disse:
“Bem, eu trabalho para o [escritório de advocacia] Attorneys For Freedom agora. Para mim, o negócio da música é totalmente um saco. Quero dizer, eu sempre odiei. Mas eu aguentava porque tinha paixão por compor. A banda era o veículo, a guitarra era a ferramenta para tornar minhas músicas realidade. Esse era todo o ponto central. E agora eu não estou sentindo isso. E cara, olha, esse é na verdade o 40º aniversário de quando eu comecei a banda. Então eu fiz isso. Não tenho nada para provar para ninguém. Escrevi centenas e centenas de músicas e tive todos esses projetos legais e toquei em mais de cem países ao redor do mundo por décadas. E se a vontade de compor voltar, quem sabe? Mas eu não vou forçar.
Para mim, isso é um movimento previsível, porque é o que todo mundo esperaria que eu fizesse. E eu recebi boas ofertas de festivais e de promotores na Europa. Eu não vou me prostituir para o negócio da música por notas do Federal Reserve. Eu me recuso. Então tem que haver uma paixão verdadeira para querer escrever músicas de novo. Quero dizer, eu tenho discos clássicos suficientes para poder ganhar um bom dinheiro tocando esses álbuns completos. Eu não vou fazer isso. Tem que ser pelas músicas ou eu não estou dentro. E quando surgiu essa oportunidade de trabalhar para o Attorneys For Freedom, que é um escritório de advocacia ativista, de qualquer forma que eu possa contribuir para tentar melhorar as coisas, é isso que eu quero fazer.
Então estou aprendendo muito. E eu trabalho para o Attorneys On Retainer [que fornece defesa legal, suporte financeiro e benefícios afiliados para indivíduos envolvidos em incidentes relacionados à autodefesa], que é de longe o melhor programa de cobertura de autodefesa dos Estados Unidos. É totalmente revolucionário. Não há nada parecido no mercado. Não é respaldado por seguros. Não temos as exclusões de todas as companhias de seguro. E isso é um catalisador para ajudar a impulsionar causas pró-liberdade e para ajudar a financiá-las. E os membros do AOR sabem que uma parte de seus fundos está indo para causas pró-liberdade e para que esses caras façam o que amam fazer. Então é incrível.
Quero dizer, tudo o que está acontecendo aqui é algo muito bom. E eu me sinto mais — parece loucura, mas eu sinto que estou exatamente onde devo estar agora, exatamente onde devo estar. E isso pela primeira vez na minha vida. E não há acidentes sobre como isso aconteceu. Parece uma tarefa intransponível, mas temos que tentar, certo? Quero dizer, se não tentarmos, estamos apenas nos rendendo a um monte de coisas realmente feias, coisas malignas.”
Fonte. mundometalbr.com
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